A série de acidentes ocorridos na PETROBRÁS nos últimos anos nos leva a uma reflexão e uma necessidade interna de dizer aos petroleiros como estamos sentidos com tudo isso.
A família PETROBRÁS está de luto. Está moralmente abatida pela perda das vidas humanas, de colegas que partilhavam de um mesmo ideal. Pessoas que trabalhavam juntas há mais de 10 anos e que ajudavam o Brasil a se tornar auto-suficiente em petróleo. Contribuíam para minimizar o desequilíbrio da balança comercial. Ajudavam equilibrar as contas do pais e a segurar a inflação. A nação tomou conhecimento disso tudo somente agora no infortúnio. Porém, os empregados da PETROBRÁS sabem disto desde o dia em que se registraram na empresa.
A declaração do presidente da PETROBRÁS de que os “terceiros” não têm o mesmo treinamento dos empregados da Empresa pode e deve ser entendida como um gesto de humildade e responsabilidade de quem quer acertar.
A Empresa deve, através de sua alta administração, refletir que empregados menos qualificados ou com qualificação inadequada para certas funções, sejam eles terceirizados ou não, colocam em risco o patrimônio da Empresa, e o que é mais importante – vidas humanas.
A PETROBRÁS não precisa disto. Uma empresa que teve um lucro em 2000 de algo próximo a 10 bilhões de reais deve compreender que para alcançar tamanho sucesso, houve muito esforço interno – e de todos!
Nada restitui a vida. Sucumbiram homens que trabalham na Empresa há bem mais tempo do que o tempo que lá têm a atual diretoria. Sobreviveram outros que vão permanecer na PETROBRÁS por tempo superior ao mandato dos diretores.
Por isto, o momento não deve ser de revanchismos nem de retaliações.
A PETROBRÁS é um orgulho nacional e é grande porque os empregados a fizeram assim.
Toda a nação brasileira é solidária às famílias enlutadas pelo acidente da P-36, o que não impede que todos os brasileiros sejam solidários também com a PETROBRÁS e, sobretudo, com os petroleiros que perderam colegas, companheiros e irmãos de luta. Mas não perderam a auto-estima e o sentimento de que a PETROBRÁS é nossa.