– Por quê não fazer a mesma coisa com os preços da energia elétrica, gás e combustível?
– Por quê não tomar a mesma media para os preços das consultas médicas, dentistas, hospitais, transportes, planos de saúde, etc?
– Por quê o Presidente da República não emitiu esta MP em março?
– Por quê deixaram passar tanto tempo, permitindo, inclusive, a chegada da data-base dos Professores e que as negociações fossem processadas na vigência da Lei 8.170 que permitia repassar para as mensalidades parte das reposições salariais?
– Será possível rever os Salários dos Professores, rebaixando-os se os mesmos foram firmados em Convenções Coletivas e na vigência de lei que só agora foram revogadas pela MP das mensalidades?
Estas, indagações me impediram de comemorar o presente do PRESIDENTE e a alegria inicial foi sendo substituída por uma grande preocupação. Estou deveras preocupado e por três razões:
A primeira, e a mais importante é com a possibilidade de esta MP ser séria mesmo. Ou seja, de ter vindo para valer, para ficar. Nesta hipótese tenho certeza de que os meus filhos serão os grandes perdedores, pois não terão aonde estudar. A Escola Pública que me serviu tanto, já não presta para meus filhos. Ela já não consegue cumprir a sua missão. E quem é o culpado? O governo é claro.
Se agora o Governo conseguir inviabilizar também a escola particular, o nosso país estará condenado a voltar à condição de colônia.
A Segunda preocupação é a de esta MP ser um efeito retardado do chopp que o nosso Presidente tomou com os líderes estudantis, no Rio de Janeiro. Nesta hipótese, quando a ressaca passar, a dor de cabeça será dos pais que não beberam mas irão pagar a conta.
Finalmente, a minha terceira e última preocupação é a de se repetir, no governo Itamar, o que ocorreu no Governo Figueiredo, quando se discutia a política de salários para o país. Naquela época, o Congresso Nacional introduziu mudanças na proposta do executivo, tentando melhorá-la. O Presidente tomou uma atitude emocional, vetou a proposta do Congresso e editou um Decreto (MP da época) bem pior.
Segundo declarações do Ministério da Fazenda da época, o que o governo pretendia era restabelecer as condições de negociação com o Congresso.
Vejo certa semelhança nas atitudes dos Presidentes Itamar e Figueiredo. E é isto que me preocupa.
Pelas declarações do Ministro HINGEL, da Educação, “quem não negociou, não mostrou seus custos, vai ser penalizado”.
Por tudo isto estou preocupado. Algo me lembra a famosa história do “Bode Russo”.
É certo que vão tirar o bode. Mas o cheiro vai continuar por muito tempo… Sinceramente, como cidadão deste país gostaria mais se o governo ao invés de intervir nas escolas da iniciativa privada cumprisse a sua obrigação reabilitando a rede pública de ensino…